Protegendo o Brasil: inteligência de vídeo na cidade de ‘Fortaleza’

Protegendo Fortaleza com inteligência de vídeo

Localizada na costa nordeste do Brasil, Fortaleza, que significa “Fortaleza” em português e assim chamada pelo papel que desempenhou nas batalhas coloniais em curso ao longo dos séculos XVII e XVIII , é uma das maiores cidades do país com uma população de pouco mais de quatro milhões.

Depois de experimentar taxas anormalmente altas de homicídios e crimes contra o patrimônio em 2017, a cidade examinou a realização de mudanças nas políticas de segurança pública que eventualmente os levaram a novos investimentos em tecnologia de segurança por parte da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã (SESEC) e da Guarda Municipal. de Fortaleza (GMF).

No ano seguinte, Fortaleza implementou oficialmente seu Programa Municipal de Proteção Urbana (PMPU) e implantou uma ampla gama de novas soluções de segurança, incluindo software de gerenciamento de vídeo e análises da ISS .

Entre as ofertas específicas implantadas como parte do projeto estavam SecurOS Enterprise, SecurOS Auto, SecurOS MCC e o SecurOS Tracking Kit. 

O Coronel Eduardo Holanda, Secretário de Segurança de Fortaleza, discute como esta nova geração de inteligência de vídeo alimentada por IA está ajudando a reduzir a criminalidade e a melhorar a vida dos cidadãos comuns em toda a cidade.

Coronel Eduardo Holanda

Quais são os projetos e iniciativas que vêm sendo implementados para a segurança pública municipal em Fortaleza?

A Prefeitura de Fortaleza desenvolveu inúmeros projetos e iniciativas de segurança pública em nível local.

Estas ações abrangem quase todos os departamentos municipais, desde a educação ao ambiente e urbanismo, e da juventude aos direitos humanos e desenvolvimento social, entre outros.

No entanto, a maior parte destas iniciativas está concentrada no âmbito da Secretaria de Segurança Cidadã (SESEC), que desenvolve programas abrangentes que dão origem a muitos projetos e ações específicas.

Atualmente, a Prefeitura e suas secretarias, inclusive a SESEC, priorizam a adesão às diretrizes científicas fundamentadas em dados e evidências.

Essas diretrizes norteiam o desenvolvimento de programas, projetos e ações, especialmente voltados para a salvaguarda das populações mais vulneráveis da cidade.

Algumas das iniciativas realizadas diretamente ou que envolvem a participação do SESEC incluem:

  • Programa Municipal de Proteção Urbana (PMPU): concebido para monitorar e mitigar violências, acidentes e desastres naturais, o PMPU visa aumentar a segurança dos cidadãos por meio da ciência, tecnologia, inovação, integração e inteligência. A PMPU opera em 15 áreas prioritárias através de Células de Proteção Comunitária, com planos de expansão para mais duas áreas em breve
  • Estabelecimento e implementação de uma política de proteção às vítimas de violência doméstica, juntamente com medidas reforçadas de proteção para vítimas de assédio sexual nos transportes públicos, incluindo a implantação de botões de pânico
  • Expansão da videovigilância aos parques urbanos em colaboração com a Inspeção de Proteção Ambiental (IPAM)
  • Reuniões semanais do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) envolvendo diversos órgãos municipais, estaduais e federais para planejar operações integradas de eventos e outras atividades
  • Instalação e manutenção do Centro Integrado de Operações da Beira-mar (COI-BM), que acomoda assentos permanentes e ocasionais para outras agências que trabalham em conjunto com o GMF. Além disso, uma Sala de Situação, onde diversas ações conjuntas são monitoradas e planejadas em toda a cidade, servirá de protótipo para o próximo Centro Integrado de Gestão de Videovigilância de Fortaleza (CGIVFOR).
  • Apoio à ampliação da videovigilância em postos fixos tutelados pela Coordenação de Inspeções de Cidadão da Guarda Municipal, abrangendo secretarias e demais equipamentos municipais
  • Apoio à ampliação da videovigilância nas instituições de ensino sob responsabilidade da prefeitura (escolas e creches), que utilizam atualmente mais de 3.350 câmeras
  • Apoio à implantação do Programa Acesso Mais Seguro (AMS) em mais de 100 escolas de Fortaleza. Este programa, baseado na metodologia do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), diagnostica e aborda situações de violência que podem colocar em risco o ambiente escolar, monitoradas a partir do Centro de Videomonitoramento da Inspetoria de Segurança Escolar (ISE).
  • Adoção de novas tecnologias nas patrulhas rotineiras e operações do GMF durante grandes eventos, incluindo o uso de drones

Dentro do protocolo Smart City Fortaleza, quais são as ações da SESEC para a política pública de videovigilância aliada às tecnologias do ISS?

Maior integração da videovigilância nas secretarias municipais de Fortaleza para garantir a utilização eficiente dos recursos, bem como:

  • Ações multidisciplinares utilizando videovigilância com diversas agências operando de forma coordenada
  • Uso compartilhado de recursos de videovigilância entre órgãos do Governo do Estado e instituições parceiras
  • Adoção de tecnologias inovadoras para integração de recursos de análise e inteligência de vídeo, com foco na resposta rápida dos agentes públicos

Como a adoção da inteligência e análise de vídeo da ISS visa beneficiar a população em geral?

A inteligência por vídeo proporcionará políticas mais eficazes e eficientes em segurança pública, segurança rodoviária, defesa civil, planeamento urbano, serviços de limpeza e proteção ambiental, entre outros.

A tecnologia também desempenha um papel fundamental no aumento da precisão na tomada de decisões e, consequentemente, na melhoria do desempenho dos recursos humanos disponíveis, permitindo-lhes ‘fazer mais’ sem prejudicar ou sobrecarregar o desempenho da segurança pública municipal.

Quais os principais resultados alcançados através de soluções integradas de monitoramento? Como o sistema contribuiu para a redução da criminalidade em Fortaleza?

A videointeligência e outras soluções integradas nos permitiram monitorar a violência e a criminalidade em toda a cidade, auxiliando em ações preventivas e na identificação e resposta mais rápida a diversos crimes cometidos contra pessoas e bens.

Coronel Eduardo Holanda no cargo

Por exemplo, temos provas em vídeo de tentativas de roubo de bicicletas e veículos estacionados, bem como pichações em inúmeras instalações públicas e privadas.

Também conseguimos identificar violência contra a mulher (doméstica e sexual) e até tentativas de homicídio, bem como homicídios reais.

Assim, o sistema tem ajudado a impedir muitos crimes e a apreender suspeitos de crimes, ao mesmo tempo que contribui para o planeamento urbano, a defesa civil, os serviços de limpeza e as políticas de segurança rodoviária.

Em resumo, aumenta a eficiência na detecção, mitigação e prevenção da violência, acidentes e catástrofes.

Quantas câmeras estão em operação atualmente em Fortaleza?

Aproximadamente 2.000 câmeras urbanas, incluindo pan-tilt-zoom (PTZs) e câmeras fixas, atendem a diversas finalidades, como segurança, mobilidade urbana, serviços de zeladoria e planejamento urbano.

Além disso, são mais de 5 mil câmeras monitorando os bens da prefeitura.

Estão em andamento planos para padronizar a plataforma de software de vigilância por vídeo e expandir a cobertura das câmeras.

Há planos de ampliar a cobertura do sistema na cidade?

Sim, existem planos para expandir a cobertura de videovigilância em diversas áreas, incluindo escolas, postos fixos, parques urbanos e bairros.

Novas câmeras serão implantadas em parceria com células de proteção comunitária e para apoiar projetos como “Ponto do Entregador”, “Ecoponto” e “Parada Segura”.

Como são tratados os dados e imagens capturados pelas câmeras?

Todas as imagens e dados são processados em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

As imagens são armazenadas para consultas, estudos de caso e investigações criminais.

Os dados gerados pelo Analytics são utilizados para análise estatística e tomada de decisão em políticas públicas relacionadas à segurança, trânsito, planejamento urbano e defesa civil.

Como o sistema de análise de vídeo é usado para identificar atividades suspeitas ou crimes em tempo real?

O sistema de inteligência de vídeo utiliza análises fornecidas pela ISS para identificar incidentes suspeitos e indivíduos ou grupos potencialmente ligados a crimes, contribuindo para a eficiência das forças públicas.

Que tipos de análises e algoritmos são aplicados aos vídeos capturados?

Atualmente na solução de inteligência de vídeo são utilizados algoritmos de leitura de placas, análise comportamental e detecção de padrões, fornecendo dados em tempo real para equipes de monitoramento e fins investigativos.

Existe colaboração com outras agências governamentais ou de segurança na utilização do sistema?

Sim, a colaboração ocorre por meio de parcerias com órgãos como a Autoridade Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza, Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS) e Polícia Militar do Ceará (PMCE), ampliando ações em operações integradas e monitoramento no dia a dia.

Existe um centro de controle centralizado para monitoramento de câmeras de videovigilância?

O Centro Integrado de Operações da Beira-mar (COI-BM) serve como principal centro de controle e protótipo funcional do Centro Integrado de Gerenciamento de Videovigilância de Fortaleza (CGIVFOR), com conclusão prevista para o segundo semestre de 2024.

Como a cidade se prepara para eventos especiais ou emergências utilizando este sistema?

Vários departamentos/agências da cidade participam de reuniões operacionais para coordenar os preparativos de segurança para eventos.

Coronel Eduardo Holanda escrevendo

O sistema de videovigilância e videointeligência auxilia as equipes de campo no reconhecimento pré-evento, monitoramento durante os eventos e avaliação pós-evento.

Um exemplo dessa coordenação pode ser encontrado em nossos preparativos para as tradicionais festas de Réveillon em Fortaleza, consideradas no ano passado (2023) as maiores do Brasil, com público de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas no mesmo espaço (Aterro da Praia de Iracema) , para o qual há uma convergência de esforços de diversas instituições que realizam reuniões de planejamento virtuais (online) e presenciais.

Este trabalho integrado começa com várias semanas de antecedência e continua durante o evento no âmbito da Sala de Situação do COI-BM e termina com reuniões de avaliação e feedback após o evento.

Este evento integrou os planos de ação de dezenas de setores/agências/secretarias da cidade e do Governo do estado do Ceará.

Quais são os principais desafios na manutenção e operação deste sistema de vigilância e inteligência de vídeo?

A padronização de procedimentos e a adaptação às mudanças tecnológicas são desafios constantes.

A manutenção precisa ser ágil para evitar indisponibilidade de recursos do sistema, o que pode gerar problemas para a cidade.

Existem planos para integrar o sistema com outras tecnologias de segurança, como reconhecimento facial?

Sim, existem planos para implementar diversas análises para a prevenção da violência, incluindo o reconhecimento facial, para responder às exigências relacionadas com a prevenção do crime e a segurança pública.

Entre as aplicações que temos visto demanda por esses recursos estão a detecção de incidentes de roubo de cabos, vandalismo em propriedade pública, identificação de multidões, contagem de pessoas, análise comportamental, inundações, identificação de afogamentos e acidentes aquáticos em geral, bem como identificação de grandes aglomerações. de motocicletas em “rolezinhos do grau” e outros crimes cometidos por grupos organizados de indivíduos.

A utilização do sistema também poderá ser estendida a espaços públicos e equipamentos municipais onde são realizados eventos de médio e grande porte, como a orla da Avenida Beira Mar e o Aterro da Praia de Iracema, além de locais com grande fluxo de moradores e turistas que já conta com centenas de câmeras urbanas, sendo esta última onde acontece a maior festa de réveillon do Brasil.

Quais são os planos futuros para melhorar e expandir o sistema de videovigilância em Fortaleza?

O prefeito José Sarto quer que os planos futuros se concentrem no aprimoramento da prevenção da violência, no aumento da proximidade com a população e no fortalecimento da integração tecnológica e institucional.

A criação do Centro Integrado de Gestão de Videovigilância de Fortaleza (CGIVFOR) visa tornar Fortaleza pioneira na utilização de tecnologias como inteligência de vídeo para a segurança dos cidadãos e o avanço das cidades inteligentes.

Em suma, é fazer de Fortaleza uma capital de vanguarda no uso de tecnologias desta natureza, proporcionando ao cidadão um ambiente seguro, acolhedor, ordenado e com maior qualidade de vida.

Esta entrevista com o Coronel Eduardo Holanda, Secretário de Segurança de Fortaleza, foi realizada originalmente em fevereiro de 2024 . 

Matéria publicada no Security Journal Americas. https://securityjournalamericas.com/brazil-video-intelligence-fortress/ 

 

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